Não! Não consigo, e não o vou fazer. Talvez pelo amor de sonhar a toda a hora, porque me abstrai dos problemas que tenho, e sempre posso fugir deles quando me apetecer. Claro que dói quando caio na realidade, mas é só o primeiro impacto, porque depois sei que posso voltar mais tarde e sonhar durante horas e horas.
Desde de miuda sempre gostei de sonhar e nunca fui capaz de desistir de o fazer.
Quando gostava de alguém punha-me a brincar e a fingir que essa pessoa estava mesmo ali ao meu lado, e conversava, ria-me, e depois o grande momento... o momento do beijo. Era tudo muito surreal, mas às vezes sabia tão bem, porque tinha aquilo que queria por momentos.
Ainda faço isto, mas é só no pensamento. Faço isto de uma forma como quem se ocupa a ler um livro, ou a ver televisão.
Sim! Sou uma verdadeira sonhadora com muito prazer. E acho que o vou sempre ser. É onde a minha imaginação voa até onde quiser e não tenho ninguém para dizer o que fazer ou o que dizer.
Ao abrir um livro de Franscesco Alberoni, "Enamoramento e Amor", o ponto 6 diz:" "Les amoureux sont seuls au monde...", dizia há anos uma cançoneta sentimental francesa. Activos ou inactivos, a falarem ou em silêncio, no canto do café do bairro novo, no carro parado na estrada em obras, no meio da multidão, no vestibulo do cinema quando fora chove ou neva, na livraria, os enamorados emitem uma mensagem, não emitem, irradiam; uma das mais poderosas e unilaterais mensagens a que ficamos cativos, sensiveis: deixam-nos em paz. E nós, deixamo-los em paz. A comunicação e a interecção realiza-se.
"Les amoreux sont seuls au monde...".
E é verdade. Quando vemos namorados, olhamos por segundos e viramos a cara e deixamo-los em paz.
Há muito tempo que não sinto essa paz, e admito que estou desejosa de a sentir novamente. Era aqui que o meu sonho ficava realizado. Mas, simplesmente não sei quando é que isso vai acontecer. E fico admirada com a minha calma e deixar andar as coisas como elas devem prosseguir. Acho que já mentalizei e de vez.
"É assim a vida, meu filho..." (sorrio).
sexta-feira, março 18, 2005
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