segunda-feira, janeiro 10, 2005

Nem com amnésia me esqueço de ti!

Estava a subir a rampa da casa do meu avô, quando te vi. Estavas com uma camisola coir-de-rosa. Já sabia que ias lá almoçar, e ia-te conhecer... pensei: "será que ela é simpática?". Olhaste para mim e sorriste, eu como sou muito envergonhada, acho que dei um pequeno sorriso e continuei o meu caminho, e fui dizer:

- O Rui e a... a...
- A Inês. Já chegaram? - disse a minha avó.
- Sim!

Fiquei entusiasmada e envergonhada ao mesmo tempo, porque não sabia o que dizer ou que fazer. Ou seja, coisas de miuda de 7 anos.
Passado alguns tempos, ficámos como unha e carne. Lembro-me quando me davas explicações de matemática, sentia-me tão à vontade, porque assim não levava com a pressão do meu pai. Tinhas uma maneira muito doce de explicar as coisas, o que me deixava muito confortável.

Combinámos em passar um dia juntas. Foste me buscar de manha e fomos para tua casa. Mostraste-me fotografias e ouvimos aqueles cd's muito grandes. Acho que ouvimos Michael Jackson. Depois fomos almoçar em casa da minha avó, porque ela fez questão. O Rui estava a trabalhar. Logo seguir ao almoço fomos buscar os teus primos para irmos ao Parque da Serafina. Depois de tanta brincadeira fomos buscar o Rui, e puseram-me em casa.
Nesse dia ao almoço tinhamos comido batatas fritas de pacote, e guardei um "tazzo", aqueles discos de plástico que eram para jogar.
Qaundo te foste embora, fiquei triste, porque tinha tido o melhor dia da minha vida. Desatei a chorar porque queria estar mais tempo contigo. Guardei o "tazzo", atrás da minha aparelhagem, para não me esquecer daquele dia.

Lembro-me, depois de me dares explicação, eu já andava no oitavo ano, de estar sentada no teu colo a chorar, porque os meus pais iam se divorciar... Tiveste ali 100%. Disseste para eu arranjar actividades, manter-me ocupada, que depois as coisas passavam, e quando eu menos me apercebesse, já tudo aquilo tinha passado. Mas, a coisa que mais me marcou, foi quando sub que os meus pais foram ao tribunal pela primeira vez... foi numa quarta-feira. Fartei-me de chorar, chorei tanto que já não conseguia estar de pé. Não me apetecia ir para a escola, então telefonei-te a pergunatr se podia estar contigo. Foste me buscar, e fiquei contente porque sabia que podia contar contigo. Foste a única pessoa que me ajudou naqueles momentos. E nunca me vou esquecer de ti. E mesmo que um dia, se tiver amnésia, não me vou esquecer de ti.
Agora que sou mais velhinha, e já nos conhecemos há 11 anos,... é muito tempo, não é? Espero que fiquem mais anos ainda. Tens me ouvido e ajudado muito... Espero que para o ano, se tudo correr bem, eu já estiver com ele, e depois convidas-nos para ir jantar a tua casa... (sorrio).

Como não disse antes, digo agora:

- A Inês é que é a minha tia!!!

Muitos Parabéns Tia!

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